quarta-feira, 21 de agosto de 2013

8º encontro de formação - Unidade 3

Pauta

  1. Leitura para deleite: livro “O tempo”, de Ivo Minkovicius;
  2. Retomando: houve interesse pelos jogos após a atividade no encontro anterior?
  3. Esclarecimentos sobre portfólio e tarefas;
  4. Leitura compartilhada: pp. 20-26 da unidade 3;
  5. Vídeos:
  1. Debate: a importância do lúdico - como aprender brincando? 
    Tarefa: leitura da unidade 4 antes do próximo encontro em setembro. 

    Outros textos para leitura-deleite

    O homem trocado

    (Luis Fernando Veríssimo)

    O homem acorda da anestesia e olha em volta. Ainda está na sala de recuperação.
     Há uma enfermeira do seu lado.
     Ele pergunta se foi tudo bem.
    - Tudo perfeito - diz a enfermeira, sorrindo.
    - Eu estava com medo desta operação...
    - Por quê? Não havia risco nenhum.
    - Comigo, sempre há risco. Minha vida tem sido uma série de enganos...
    E conta que os enganos começaram com seu nascimento. Houve uma troca de bebês no berçário e ele foi criado até os dez anos por um casal de orientais, que nunca entenderam o fato de terem um filho claro com olhos redondos. Descoberto o erro, ele fora viver com seus verdadeiros pais. Ou com sua verdadeira mãe, pois o pai abandonara a mulher depois que esta não soubera explicar o nascimento de um bebê chinês.
    - E o meu nome? Outro engano.
    - Seu nome não é Lírio?
    - Era para ser Lauro. Se enganaram no cartório e...
    Os enganos se sucediam. Na escola, vivia recebendo castigo pelo que não fazia. Fizera o vestibular com sucesso, mas não conseguira entrar na universidade. O computador se enganara, seu nome não apareceu na lista.
    - Há anos que a minha conta do telefone vem com cifras incríveis. No mês passado tive que pagar mais de R$ 3 mil.
    - O senhor não faz chamadas interurbanas?
    - Eu não tenho telefone!
    Conhecera sua mulher por engano. Ela o confundira com outro. Não foram felizes.
    - Por quê?
    - Ela me enganava.
    Fora preso por engano. Várias vezes. Recebia intimações para pagar dívidas que não fazia. Até tivera uma breve, louca alegria, quando ouvira o médico dizer:
    - O senhor está desenganado.
    Mas também fora um engano do médico. Não era tão grave assim. Uma simples apendicite.
    - Se você diz que a operação foi bem...
    A enfermeira parou de sorrir.
    - Apendicite? - perguntou, hesitante.
    - É. A operação era para tirar o apêndice.
    - Não era para trocar de sexo?


    "PLOCULANDO"




    ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DE PORTFÓLIO

    O que deve fazer parte de um portfólio?

    Na verdade, dois portfólios nunca são iguais, porque as pessoas são todas diferentes e, assim, suas atividades pedagógicas também devem ser diferentes. Dois professores não deveriam criar portfólios que sejam exatamente iguais, embora possam utilizar os mesmos princípios e as mesmas estratégias de montagem desse material. O portfólio é definido como uma coleção de itens que revela, conforme o tempo passa, os diferentes aspectos do desenvolvimento de cada professor.

    Portfólio demonstrativo

    As amostras representativas de trabalho, as quais demonstram avanços importantes ou problemas persistentes devem fazer parte do portfólio demonstrativo. A principio, deve-se selecionar as amostras. As fotografias, as gravações e as cópias selecionadas de relatos narrativos também pertencem a essa coleção.

    Processo de montagem de um portfólio

    1. Estabelecer uma política para o portfólio
    2. Coletar amostras de trabalho.
    3. Tirar fotografias.
    4. Conduzir consultas nos diários de aprendizagem.
    5. Conduzir entrevistas.
    6. Realizar registros sistemáticos.
    7. Realizar registros de casos.
    8. Preparar relatórios narrativos.

    O ensino da ortografia no 3º ano do 1º ciclo: o que devemos propor aos alunos no “último” ano da alfabetização?

    Nossa norma ortográfica apresenta casos de regularidades e irregularidades na relação entre sons e letras.
    As correspondências regulares podem ser de três tipos: diretas, contextuais e morfológico-gramaticais. A apropriação dessas restrições se dá através da compreensão dos princípios gerativos da norma, isto é, das regras.
    As regularidades diretas são evidenciadas quando só existe na língua um grafema para notar determinado fonema - a chamada "relação biunívoca" (é o caso de P, B, T, D, F, V).
    As regularidades contextuais, por sua vez, ocorrem quando a relação letra-som é determinada pela posição (contexto) em que a letra aparece dentro da palavra. Por exemplo: o uso do C ou QU relaciona-se ao som /k/, mas depende da vogal com que forme sílaba (casa, pequeno).
    As correspondências regulares morfológico-gramaticais são compostas de regras que envolvem morfemas tanto ligados à formação de palavras por derivação lexical como por flexão, ou seja, nesses casos, são os aspectos gramaticais que determinam o grafema que será usado.
    As correspondências irregularespor outro lado, não apresentam uma regra que ajude o aprendiz a selecionar a letra ou o dígrafo que deverá ser usado. Apenas um dicionário ou a memorização poderá ajudar nesses casos.
    Fig. 1 - Escrita de aluna com hipótese alfabética com algumas falhas




    Fig. 2 - Escrita de aluna com hipótese alfabética com valor sonoro convencional

    Fig. 3 - Escrita de aluna com hipótese alfabética com valor sonoro convencional


    Pesquisas têm demonstrado que o processo de reflexão ortográfica se dá de forma gradativa. O fato de uma criança dominar um tipo de regra não implica o domínio de regras semelhantes, pois parece existir uma complexidade distinta entre regras de um mesmo tipo, tornando algumas mais fáceis de serem apreendidas que outras.
    Além disso, é importante que os aprendizes já sejam capazes de produzir e ler pequenos textos com alguma fluência, para que a ortografia venha a ser tomada como objeto de ensino e aprendizagem mais sistemáticos.
















    SUGESTÃO PARA ENSINO DE ORTOGRAFIA


    2º ano
    3º ano
    4º ano
    5º ano
    1º tri
    - separabili-dade 
    - pares mínimos 
    ( F/V, P/B, T/D)
    -separabilidade - R e RR
    - (retomada e manutenção)
    - retomada
    - derivação da escrita de números
    - J e G *
    - c,ç,s,x,sc *
    - separação de sílabas
    - retomada de regras conhecidas
    - mal e mau
    2º tri
    - separabili-dade 
    - QU e C
    - G e GU
    - U e L (verbos)
    - AM e ÃO
    - sufixos e prefixos
    - etimologia das palavras (H)
    - mas e mais
    - eza /esa/ ês
    - por que e porque
    - oxítonas
    - ocorrências identificadas
    3º tri
    - letra maiúscula 
    - R e RR
    -      M (P e B)
     S e SS
    diminutivo aumentativo
    -       ês, esa
     proparoxítonas
    -      x *
     ocorrências identificadas

    Referências:
    Brasil. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Pacto nacional pela alfabetização na idade certa : o último ano do ciclo de alfabetização: consolidando os conhecimentos : ano 3 : unidade 3 / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. -- Brasília : MEC, SEB, 2012.

    Shores, E. & Grace, C. Manual de Portfólio: Um guia passo a passo para o professor. Trad. Ronaldo Cataldo Costa. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

7º encontro de formação - Unidade 3

Pauta                         
momento
Verificação das tarefas;
Leitura para deleite: poemas do livro Classificados e nem tanto (Marina Colasanti);

Leitura da seção Iniciando a conversa (Unidade 03);
Debate sobre as ideias principais do texto “A consolidação das correspondências letra-som no último ano do ciclo de alfabetização”;
2º momento
Em duplas ou trios, análise dos jogos de alfabetização (kit do MECe preenchimento da planilha;
Apresentação das duplas/trios.




Tarefa individual (prazo máximo para entrega: 17/09/2013):

Ler as sugestões dos textos da unidade 3, planejar e realizar uma aula inserindo situações lúdicas de aprendizagem do Sistema de Escrita Alfabética (relações som-grafia; ortografia), anotando as impressões sobre a participação e aprendizagem das crianças; socializar com o grupo no PRIMEIRO encontro de setembro.

Sugestões quanto ao Planejamento: 
1) regularidade ortográfica escolhida; 
2) objetivo da atividade a ser realizada; 
3) desenvolvimento: como pensou em organizar a turma - coletivo, grupo, dupla, individual; como a atividade ocorreu (sua metodologia usada); 
4) como avaliou esse trabalho e a aprendizagem dos alunos (houve alguma fala relevante), houve registros (fotos, cartazes, atividade xerocada jogo realizado...)?




A consolidação das correspondências letra-som no último ano do ciclo de alfabetização 
(ideias centrais)
Ana Catarina dos Santos Pereira Cabral
Ana Cláudia Rodrigues Gonçalves Pessoa


1ª) As práticas de sala de aula devem ser orientadas no sentido de levar a criança, durante as atividades de leitura e produção de textos, a compreender que o que se escreve e a forma que se usa ao escrever estão diretamente relacionados ao efeito que o texto procura produzir no leitor, ou seja, a sua finalidade.



2ª) A discussão mais relevante deve ser sobre como as correspondências letra-som podem ser ensinadas de forma reflexiva e prazerosa.



3ª) Quatro tipos de atividades sobre as relações som-grafia de nossa língua:


3.1) atividades envolvendo a sistematização das correspondências som-grafia: 
- atividades que envolvem a escrita de palavras que começam com a mesma letra (adedonha, lista de palavras); - procurar palavras que iniciam com uma determinada letra ou sílaba; 
- cruzadinha; 
- caça-palavras; 
- exploração da ordem alfabética; 
- escrita de palavras com uso do alfabeto móvel ou silabário; - atividades de composição e decomposição de palavras; 
- atividades de montagem de textos que foram trabalhados em sala; 
- análise de textos que permitam a reflexão sobre uma determinada letra ou sílaba (trava-línguas, parlendas, cantigas); 
- jogos envolvendo leitura e escrita de palavras.

3.2) atividades envolvendo consciência fonológica
- jogos que desenvolvem a consciência fonológica; 
- atividades que trabalhem diferentes habilidades em diferentes níveis das palavras, como identificar, adicionar, subtrair e produzir unidades similares de diferentes palavras; 
- exploração de textos que trabalham o extrato sonoro da língua (cantigas de roda, parlendas, trava-línguas, textos poéticos) e, portanto, permitem aos alunos explorarem palavras que apresentam sons parecidos, bem como algumas letras e seus valores sonoros.
3.3) atividades para desenvolver a fluência de leitura ("automatismo"): 
leitura livre ou em pequenos grupos de gêneros diversos
- recital de poemas; 
- hora da notícia ou da reportagem, sugerindo que os alunos fiquem responsáveis em trazer notícias ou reportagens interessantes, para ler para os colegas da sala.

3.4) atividades envolvendo leitura e produção de texto - um bom recurso didático para conciliar os diferentes eixos de ensino, relativos ao componente curricular Língua Portuguesa, são as obras complementares;

4ª) Atividades para o ensino da norma ortográfica: 

convivência diária com diferentes materiais impressos; 
- atividades que possibilitem a reflexão sobre a norma ortográfica, individual e coletivamente, de modo a permitir aos alunos expressarem seus conhecimentos sobre a escrita correta das palavras, analisando as regularidades existentes, tanto a partir de sequências de atividades envolvendo a reflexão sobre determinada regra, como revisando sua produção de texto escrito; 
- atividades que possibilitem a explicitação dos conhecimentos pelos alunos de forma verbalizada (quando a criança é capaz de informar a regra em questão) ou não;
- atividades que possibilitem a sistematização do conhecimento pelo próprio aluno.




CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
A aprendizagem formal da linguagem escrita num sistema alfabético, como é a língua portuguesa, exige dos leitores a consciência de que a escrita representa uma sucessão de unidades fonológicas, existindo uma correspondência entre essas unidades no uso oral e na respectiva representação escrita.” (SIM-SIM, I. M. L. Ferraz & I. Duarte (1997). A Língua Materna na Educação BásicaCompetências Nucleares e Níveis de Desempenho. Lisboa: ME-DEB)

A aquisição da escrita exige que o indivíduo reflita sobre a fala, estabeleça relações entre os sons da fala e sua representação na forma gráfica. A aquisição da escrita está intimamente ligada à consciência fonológica, uma vez que para dominar o código escrito é necessária a reflexão sobre os sons da fala e sua representação na escrita. Denomina-se consciência fonológica a habilidade metalinguística de tomada de consciência das características formais da linguagem. Essa habilidade compreende dois níveis:



1. A consciência de que a língua falada pode ser segmentada em unidades distintas, ou seja, a frase pode ser segmentada em palavras, as palavras em sílabas e as sílabas, em fonemas.
2. A consciência de que essas mesmas unidades repetem-se em diferentes palavras faladas. (Byrne e Fielding, 1989)

A consciência fonológica, ou o conhecimento acerca da estrutura sonora da linguagem, desenvolve-se nas crianças ouvintes no contato destas com a linguagem oral de sua comunidade. É na relação dela com diferentes formas de expressão oral que essa habilidade metalinguística desenvolve-se, desde que a criança se vê imersa no mundo linguístico.




Diferentes formas linguísticas a que qualquer criança é exposta dentro de uma cultura vão formando sua consciência fonológica; dentre elas, destacamos as músicas, cantigas de roda, poemas, parlendas, jogos orais e a fala, propriamente dita. 
Alguns exercícios simples ajudam a desenvolver a consciência fonológica:
a) rimas; 
b) identificar palavras com o mesmo som inicial; 
c) identificar palavras ou sílabas com o mesmo som final; 
d) contar os sons que fazem parte das palavras; 
e) manipular sons nas palavras (dizer fato, mas sem o f inicial).



RECOMENDAÇÕES PARA AJUDAR A CRIANÇA A DESENVOLVER A CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
 Não realizar as atividades de forma isolada, mas sim fazendo parte de um trabalho amplo com a leitura e a escrita.
 Oportunizar que as crianças “brinquem” com as palavras através de atividades lúdicas, informais, interativas.




Professoras analisaram o jogo "Batalha de Palavras"
Prof. Hélio e profª. Euzinéri apresentaram o jogo "Dado Sonoro" para os colegas
Professoras Rosana, Ilga e Genislaine apresentaram o jogo "Troca Letras"
Professoras apresentaram o jogo "Bingo da Letra Inicial"
Professoras Fafi, Thaís e Carmen analisaram o jogo "Palavra dentro de palavra"
Professoras apresentam o jogo Bingo dos Sons Iniciais
Professores Genislaine, Jorge e Michele analisaram o jogo "Mais Uma"
Professoras com o jogo "Quem escreve sou eu"

Professoras apresentam o jogo Trinca Mágica